quarta-feira, 16 de abril de 2014

Trilhos de Almourol



Naquela manhã quente de 6 de abril quando o António e o Bruno chegaram a minha casa por volta das 6h30 da manhã não imaginava a dureza de dia que iria ter. Ainda tomámos um  café e lá fomos direitos ao Entrocamento.

Chegámos ao local de transporte pelas 8h30, só tivemos tempo de recolher dorsais vestir a roupa e entrar no autocarro, a caminho da barragem do Castelo do Bode é que fomos ajeitando os preparativos.

Eram mais de 3 centenas de pessoas que se preparavam para fazer os 42 kms, uma maratona em terreno hostil. Pensava completar a prova em 4h30... errei por 59'.

Os primeiros quilómetros tinham mais subidas e fui sempre cauteloso, para não me desgastar logo aos 10 kms, mas sempre me bom ritmo. No abastecimento dos 7 kms cometi a asneira de beber Coca-Cola e fiquei mal disposto, mas depois passou. Nesta altura avistava atletas, mas grande parte do percurso já era feito em solitária. Fui bem até ao terceiro abastecimento, 19 kms, mas já tinha 2h30 em cima das pernas e pensava que faria o restante em 2h, passei um rio e o terreno começa a ficar mais plano, ainda se apanha uns estradões que dão para correr, mas começo a ficar bastante desgastado, talvez porque o corpo não está habituado a mais de 3h a correr.

Consegui manter um ritmo lento mas constante, fui comendo, bebendo, metendo gel energético e fui arrebitando. Por volta dos 26kms o abastecimento tinha muita bebida e comida e no final ainda dividi uma mini com mais dois colegas e lá arranquei.

Custa muito retomar a corrida depois de parar... as pernas parece que bloqueiam e custam a trabalhar mas depois de se forçar um pouco a coisa vai.

A partir do penúltimo abastecimento começa o fim do mundo... era rios, túneis cheios de água e lama e mais lama.... Num dos túneis o atleta que ia à minha frente pergunta a um elemento da organização: "olhe que eu não sei nadar..." A parte final da prova tinha tanta lama que era difícil correr, até que por volta dos 37 kms passa por mim um casal e ela ia a lutar para o pódio, atrelei-me ao ritmo deles e começo a sentir as pernas a funcionar novamente, ainda fui 2 kms com eles mas depois sinto que posso acelerar.

Sinto que estou perto do fim e entramos nas estradas de alcatrão um jardim e quando penso que acabou o piso mau eis que vamos novamente para as couves... e com as perninhas feitas num oito aparece um rio com um caudal fortíssimo e uma pedras grandes e escorregadias para meter os pés. Com a ajuda de 2 elementos da organização lá passo, faço mais uma rampa e eis que chego novamente ao alcatrão. Acelero para os últimos 2 quilómetros e ainda passo 4 corredores que iam em ritmo muito lento.

Avisto o pavilhão... entro e lá está o pórtico da meta... faço uma paragem mesmo sobre a linha de meta e está lá o Bruno, que tinha interrompido a prova aos 19 kms, e ainda pouso para a foto com a medalha.

Bebo, como e repouso... vou para a fila das massagens e quando chega à minha vez começo com cãibras nos adutores até que tive de interromper, pois tinha de descontrair para retomar. Tomei banho e depois começo a sentir-me melhor. Eu e o Bruno aguardamos pelo António e ele chega com cerca de 6h30.

Ainda tivemos tempo para ver a chegada dos últimos concorrentes, um deles o Nuno Gião que tinha ido treinar a Almourol, enquanto bebíamos uma jola.


9.ª corrida SLB

Entrei nesta corrida com um objetivo muito claro: ADIDAS Smart Run!
Durante o mês de março aceitei um desafio lançado pela Helena Fernandes de participar nos treinos do Correr Lisboa, um grupo de corrida que está a atingir uma dimensão muito interessante. Tinha de participar em alguns treinos, alguns deles com atletas de elite, como o Hermano Ferreira e a Dulce Félix, entre outros. Depois tinha de ir a duas provas, Meia Maratona de Lisboa e Corrida SLB, nas quais a soma da classificação geral dava prémios aos 10 primeiros e assim foi. Tinha feito 2.º lugar na Meia de Lisboa e tinha dois amigos a morder-me os calcanhares, o primeiro é de outra divisão...



Entrei na corrida definindo um ritmo de 4'00/km e logo na primeira rotunda avistei o João S. Antunes que tinha feito 4.º lugar na meia, ia com 200 metros de vantagem. Mantive o ritmo e sabia que mais à frente iria ter outro ponto de viragem para ver a diferença e nesse sitio já me estava a aproximar do João, mas já dentro do estádio comecei a ficar muito perto dele e mesmo no túnel de saída passei por ele, ainda o cumprimentei e segui.

Continuei sempre no mesmo ritmo e sentia-me bem, ia de tal maneira concentrado que ouvi várias vezes o meu nome do outro lado da estrada e a unica pessoa que reconheci foi o David que vinha equipado até às orelhas por causa da chuva.

Nos ultimos 3 kms comecei a ter a certeza que estava novamente em 2. lugar e reduzi um pouco o andamento, começava a chover e o piso estava perigoso, não queria cair ou lesionar-me... e ver o relógio a voar.

Ainda fui passando por vários atletas Correr Lisboa, o ultimo o Pedro Cardoso já na ponta final, ainda o desafiei para melhorar o tempo mas já ia nas lonas. Termino com 40' e mais uns pozinhos e a chuva era já bastante forte.

Depois da meta ainda cumprimentei a Céu Nunes que tinha chegado mesmo à minha frente, com um tempo de luxo, pena que a Meia Maratona não lhe tivesse corrido tão bem, apesar do excelente tempo que fez. O Francisco ficou muito para trás e depois vim a saber que se tinha deixado dormir....

Depois foi recolher ao carro porque estava muito mau tempo e aguardei que o Camané, a Carla, o Marinho e o Sandro chegassem.

À tarde tinha jogo....